O poema acontece
No silêncio da madrugada
Na breve manhã,
Ao cair da noite,
A qualquer hora...o poema acontece !
Letras soltas que se constroem em palavras mágicas
Das emoções que nos rodeiam, sejam de dor
De mágoa
Tristeza
Lágrima
Ou mesmo de felicidade
Do riso
Do amor
Da inocente mentira
De toda a verdade
Assim...o poema acontece !
O poema acontece !
Sem hora marcada
Sem princípio meio e fim
Nasce de tudo e de nada
O poema não tem regras !
Tem sentimentos e, mais nada.
O poema é emoção
A emoção é poder
Basta uma imagem que nos desperte, para ser poema
Ou mesmo canção que é poesia cantada
Assim...o poema acontece !
quarta-feira, 29 de abril de 2009
quarta-feira, 22 de abril de 2009
O Mistério do Nº 52
Não sei se conseguirei aqui descrever o que se passou ou o que ainda se passa por detrás da famosa porta Nº 52. Mas sou o único que o pode fazer. Todos os que poderiam contar estão mortos. O diário em meu poder é a prova disso mesmo. Mais tarde ou mais cedo acabarei por contar e, acabarei por ter o mesmo inevitável fim. A morte. Por agora que perdure o mistério durante mais algum tempo para quem por lá passa e, que todos continuem a pensar que no estranho Nº52 já não mora ninguém.
---------------------(os cadáveres lá continuam a aparecer, um a um,
------------------sem sinal algum de violência...)
---------------------(os cadáveres lá continuam a aparecer, um a um,
------------------sem sinal algum de violência...)
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Momento (II)
Uma vez chegado ao meu cais lanço a âncora e aguardo o momento. Descanso-me. Passeio os olhos nas sombras dos gestos agitados dos náufragos que julgo ver. O mar revolto de cores insanas e gemidos-sussurros fazem-me estremecer o corpo e alma. Concentro-me antes que o delírio se apudere de mim. Sossego-me. Preparo-me. Fotografo o momento. E volto a partir.
sábado, 18 de abril de 2009
Amanhã
Não te quero ouvir novamente dizer que as coisas amanhã vão mudar. Falas como se o terminar do dia te permitisse ver o amanhã.
O meu destino está fora de mim.
O teu destino não sei se fará parte do meu.
Ninguém sabe nada do amanhã. A única certeza que temos é que o amanhã é incerto. Não me inquietes mais com as coisas do amanhã.
O meu destino está fora de mim.
O teu destino não sei se fará parte do meu.
Ninguém sabe nada do amanhã. A única certeza que temos é que o amanhã é incerto. Não me inquietes mais com as coisas do amanhã.
quinta-feira, 16 de abril de 2009
...
Tenho em mim um sentimento de tristeza profundo por não ter conhecido nenhum dos meus quatro avós. Já estava tudo morto quando nasci. Devo ter perdido muita coisa durante o meu crescimento sem eles. Histórias que não ouvi além de uma herança de palavras e gestos perdidos. Fiquei sem saber o real sentido da palavra neto e, isso não lhes perdoo. Escrevo isto enquanto as crianças brincam no jardim da praça sob o olhar atento e sorridente dos avós. É uma imagem agradável com a qual convivemos todos os dias. Um retrato onde nunca estive. Resta-me esperar para ver se algum dia vou ser avô antes de morrer.
segunda-feira, 13 de abril de 2009
Nem tudo acaba mal
A solidão é sempre menos sentida quando a luz do reclame luminoso da loja do prédio em frente se acende e entra através da persiana semi-aberta e da cortina fina quase transparente, acomodando-se na sala, no tecto, no chão. Os objectos; os quadros, as cartas fora da gaveta, os livros, ganham um novo sentido. Dá-nos um novo olhar sobre as coisas quando pelas paredes escorre a luz espaçada do néon a caminho do chão. Lembro-me que foi numa noite não muito diferente desta que tudo aconteceu. Os dois deitados no sofá, a luz apagada e a televisão acesa com o som no mínimo, as nossas palavras os nossos risos. Dizes: "vou lá fora comprar cigarros." Eu espero. As horas passam. E tu não voltas, e eu à tua espera. Pensei: "não se parte sem dizer que não se volta parece mal e não é bonito." Mas foi isso mesmo que aconteceu. Nunca mais voltaste. Pensava que a desculpa dos cigarros era só coisa dos homens. Enganei-me. A partir de então sempre que levava um cigarro aos lábios lembrava-me de ti. Acabei por deixar de fumar. E nunca mais precisei de voltar a usar as bombas de Ventilan. Obrigado Sara.
sábado, 11 de abril de 2009
Momento
O dia já não é tão claro,
a luz partiu com o fim da tarde,
e a noite adivinha-se com ar gelado
Do outro lado do horizonte
um repouso que se anuncia.
Retenho a memória viva
deste instante presente
nesta suave melancolia
que já é passado, nostalgia.
--------------(Toda a tranquilidade do mundo, como fundo)
Gaivota sentinela
de vigília à água escura
na serenidade do branco lunar
um bailado singular
cheio de harmonia
-------------------(Um momento de vida, luz e calmaria)
Estas nuvens que me sobrevoam
são poemas aéreos,
sonhos que todos nós temos,
a ecoar na imensidão!
Amem o momento
Silenciosamente...
a luz partiu com o fim da tarde,
e a noite adivinha-se com ar gelado
Do outro lado do horizonte
um repouso que se anuncia.
Retenho a memória viva
deste instante presente
nesta suave melancolia
que já é passado, nostalgia.
--------------(Toda a tranquilidade do mundo, como fundo)
Gaivota sentinela
de vigília à água escura
na serenidade do branco lunar
um bailado singular
cheio de harmonia
-------------------(Um momento de vida, luz e calmaria)
Estas nuvens que me sobrevoam
são poemas aéreos,
sonhos que todos nós temos,
a ecoar na imensidão!
Amem o momento
Silenciosamente...
sexta-feira, 10 de abril de 2009
Menina de farrapos vestida
Lá vai a menina
de farrapos vestida
sozinha num beco
descalça e perdida
Sobre pedras e vidros
caminha a chorar
a pobre menina que
só quer a fome matar
Cansada e dorida
procura um cantinho
sem forças prá vida
só pensa num ninho
Não entende o abandono
não conhece a palavra Mãe
só quer que o sono
a leve para o Além !
Agora sim !
acordou num outro mundo
que sempre tinha imaginado
assim se deixou ficar presa ao sonho
a tentar descobrir como seria,
se algum dia tivesse sido criança,
ou sentir-se um ser amado.
Mas continua sem perceber a palavra Mãe !
Aos soluços lá está,
a menina de farrapos vestida
Só ela sabe o medo de acordar amanhã
de farrapos vestida
sozinha num beco
descalça e perdida
Sobre pedras e vidros
caminha a chorar
a pobre menina que
só quer a fome matar
Cansada e dorida
procura um cantinho
sem forças prá vida
só pensa num ninho
Não entende o abandono
não conhece a palavra Mãe
só quer que o sono
a leve para o Além !
Agora sim !
acordou num outro mundo
que sempre tinha imaginado
assim se deixou ficar presa ao sonho
a tentar descobrir como seria,
se algum dia tivesse sido criança,
ou sentir-se um ser amado.
Mas continua sem perceber a palavra Mãe !
Aos soluços lá está,
a menina de farrapos vestida
Só ela sabe o medo de acordar amanhã
quinta-feira, 9 de abril de 2009
Espero - Sophia e Eu
"Espero sempre por ti o dia inteiro,
Quando na praia sobe, de cinza e oiro
O nevoeiro
E há em todas as coisas o agoiro
De uma fantástica vinda."
(Sophia de Mello Breyner)
Haja o que houver...
eu espero por ti.
Os dias lá se vão passando.
Não sei contar os quantos
que ainda hão-de vir.
E com eles passam
os minutos em marcha lenta
dolorosamente lenta.
---------------------(Espero por ti)
Espero de ti uma,
fantástica vinda !
Quando na praia sobe, de cinza e oiro
O nevoeiro
E há em todas as coisas o agoiro
De uma fantástica vinda."
(Sophia de Mello Breyner)
Haja o que houver...
eu espero por ti.
Os dias lá se vão passando.
Não sei contar os quantos
que ainda hão-de vir.
E com eles passam
os minutos em marcha lenta
dolorosamente lenta.
---------------------(Espero por ti)
Espero de ti uma,
fantástica vinda !
terça-feira, 7 de abril de 2009
O rochedo
Observo em silêncio
As ondas que se quebram mil vezes
-----------------------(é admirável a paciência infinita do rochedo)
As ondas que se quebram mil vezes
-----------------------(é admirável a paciência infinita do rochedo)
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